A Hora do Planeta é uma iniciativa da rede WWF (sigla em inglês que significa “World Wide Fund for Nature” em português “Fundo mundial para a vida selvagem e natureza”). De início tímido há cinco anos atrás (2007), em Sidney, na Austrália, envolveu mais de um bilhão de pessoas em 160 países ao redor do mundo em 2011.
A Hora do Planeta incentiva cidadãos, empresas e governos a apagarem as luzes por uma hora mostrando assim o seu apoio à luta contra as alterações climáticas. Até o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro e a Torre Eiffel em Paris ficaram sem iluminação por uma hora, assim como diversos monumentos históricos ao redor do mundo, edifícios comerciais e residenciais e cidades inteiras! E qual é o objetivo da hora do planeta?
Antes de mais nada, este apagar de luzes por uma hora é meramente um gesto simbólico, mas que pode ser representativo na conscientização de todos para o problema das alterações climáticas.
Na verdade, este simples gesto tem despertado em todo o mundo compromissos capazes de marcar a diferença numa base diária contínua e levar a uma verdadeira mudança de hábitos de vida de cidadãos, empresas e governos que começam a despertar para compromissos válidos e práticos a favor desta luta.
Assim, ao apagar as luzes, mostramos que estamos preocupados com o aquecimento do planeta e queremos dar nossa contribuição, influenciando e pedindo ações de redução das emissões e de adaptação às mudanças climáticas, combatendo o desmatamento de florestas e cerrados e conservando os nossos ecossistemas, incentivando o diálogo dos manifestantes entre si e os governos e empresas.
É um ato que simboliza a eficiência e o uso de todos os recursos com inteligência, responsabilidade e de forma sustentável
No dia 26 de março passado, às 8:30, eu estava em um restaurante vegetariano na Granja Viana em SP. Lá eles já estavam funcionando à luz de velas e assim funcionaram o tempo todo. Nossa “turma” em Osasco, liderada pelo Secretário de Meio Ambiente, Carlos Marx, “apagou” a Ponte de Ferro, símbolo da metrópole vizinha a São Paulo. Foi muito especial, com artistas e apresentações “à luz de velas”. Mas como foi conversado neste dia, a Hora do Planeta deve estender-se em muitos outros níveis. É o que se denomina “Além da Hora”.
Devemos ter mais atenção com o consumo de eletricidade, pois é exatamente em cima de estudos sobre o que consumimos, que os governos planejam a construção de novas hidroelétricas (com alagamento de reservas indígenas e áreas de floresta), termoelétricas (com queima de combustível fóssil e produção de mais dióxido de carbono, maior provocador de efeito estufa) e ainda pior, justifica o desenvolvimento de usinas atômicas, mais uma destas catástrofes tecnológicas que nos foram empurradas goela abaixo, como suposto símbolo de progresso.
O pesadelo que estamos vivendo com a central de Fukushima no Japão, um país com grande tradição tecnológica e de segurança ambiental, nos mostra o quanto esta forma de geração de energia é perigosa e fatal, quando da ocorrência de uma catástrofe geológica ou meteorológica. Por estas e muitas outras razões, a Hora do Planeta tem por objetivo nos tirar da anestesia que vivemos em relação às ações dos governos em relação a energia. Nós temos sim, poder de decisão e podemos influenciar as autoridades para o desenvolvimento de energia limpa, renovável e sustentável.
Cada um de nós deve levar adiante a Hora do Planeta, cuidando da própria conta de luz, reduzindo o consumo, cobrando da municipalidade medidas modernizadoras do consumo de eletricidade urbana e apoiando o horário de verão. Em nossa casa temos placas solares que garantem banhos quentes em todos os meses de inverno, representando uma grande redução do consumo de energia.
O melhor é que podemos aproveitar a oportunidade para curtir mais a noite natural e romântica, desligando a TV, fazendo fogueiras, passeando à luz da lua, das estrelas, ou mesmo pela praça já iluminada para nós, ficando mais próximos daqueles que a gente ama.
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Alberto P. Gonzalez, médico