Os interessados deverão comparecer no Setor Administrativo da referida Secretaria, situada na rua Marechal Deo-doro, nº 440, primeiro andar.
Segundo o médico dr. Alberto Peribanez Gonzales e a nu-tricionista Maya Beermann, coordenadores do projeto no município, o Alimentação Saudável já iniciou sua segunda fase em Capão Bonito.
“Formamos uma equipe, desenvolvemos as oficinas e formamos 120 alunos em apenas três meses, oriundos dos mais variados setores da nossa cidade. As oficinas no Ambulatório de Especialidades ainda estão em andamento e daremos início em maio as oficinas na vila São Paulo, atingindo vila Aparecida e todo o entorno rural. Em outra fase, estaremos direcionando as oficinas a grupos específicos, como escolas, asilos e pacientes e também envolvendo agentes de saúde. É preciso deixar claro também que não estamos aqui para criar conflitos entre orgânicos e outros produtos. A proposta não é essa. A proposta é levar saúde à população através de uma alimentação equilibrada e correta”, ressaltaram os coordenadores.
“Apesar do início positivo, estamos em um impasse. Todos os alunos que passaram por nosso curso sabem da necessidade de alimentar-se de rica oferta de hortaliças. Além disso, sabem que estas hortaliças devem ser orgânicas. O mercado de orgânicos está bem fragmentado em Capão Bonito, mas isso tem diversas razões. Em primeiro, a maioria ainda não acordou para o fato de ingerir diariamente venenos agrícolas. Está comprovada a relação entre o consumo de agrotóxicos e doenças das mais variadas, alérgicas, endócrinas, neurológicas, degenerativas e crônicas e mesmo o câncer. Os acidentes com os agricultores são muitos e subnotificados. Lesões na pele, vias aéreas superiores, he-patites fulminantes e morte. Os venenos agrícolas levam consigo a sombra da doença e da morte ao saudável ambiente da natureza.
Quando ingerimos estes venenos, recebemos diariamente pequenas doses que, no entanto, são cumulativas. Crianças, idosos, pessoas sadias e mesmo doentes internados recebem em suas mesas pequenas frações dos defensivos agrícolas, colhendo as consequências a curto, médio ou longo prazo”, destacou o médico.
Por isso o cadastramento de produtores certificados e interessados em fornecer produtos é muito importante.
Feira Orgânica e anel agroecológico
Em parceria com a prefeitura de Capão Bonito, o médico e a nutricionista também querem iniciar uma Feira Orgânica de Capão Bonito.
“Poderemos ter dentro da nossa cidade a opção de comprar hortaliças, pães, laticínios e outros produtos de origem animal que respeitem a natureza, como o mel e ovos, todos orgânicos! Nos grandes centros urbanos as feiras orgânicas já são uma realidade tangível, ocupando grandes parques e gerando emprego e renda para centenas de famílias de agricultores, que agora começam a formar um anel agroecológico ao redor das cidades.
Está em nossos objetivos também obter um preço que seja acessível aos compradores e interessante para os produtores.
Teremos as ‘cestas’ pagas antecipadamente, que garantam a renda do produtor e uma bolsa de produtos. A princípio pretendemos atender aos 120 alunos que já foram conscientizados pelo nosso curso e ficaram ‘órfãos’ de alimentos saudáveis’, ressaltou Peribanez.
Fonte: Jornal O Expresso